quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

loris

Lóris
De cores exuberantes e muita energia, a ave é destaque no mercado de animais domésticos no exterior e tem potencial para ganhar espaço no Brasil 
O lóris é a perfeita tradução para 'ave exótica'. Primeiramente, porque não é mesmo brasileiro - embora parente de araras, maritacas e jandaias, o pássaro é natural de ilhas da Oceania e do Sudeste Asiático. Além disso, levando-se em conta outro sentido do termo exótico, poucas espécies são tão extravagantes quanto o lóris, que exibe uma profusão de cores quase psicodélica.
A ave, contudo, não é só aparência. Ótimo como animal de companhia, muito brincalhão e ativo, o lóris herdou o temperamento de seus ancestrais, que se movimentavam intensamente em busca de alimentos na natureza. Energia não é o que lhe falta: o pássaro pula, rola, vai de um lado a outro do viveiro, anda pelas grades, faz acrobacias, não para um instante. E ainda adora assoviar.
O lóris, que já é manso, pode ficar ainda mais dócil se alimentado na mão desde filhote, dos 20 dias aos dois meses de idade. Confiante, chega a subir nas costas e nos ombros do criador. Assim como o papagaio, pode repetir algumas palavras, porém, com pronúncia menos clara e som mais agudo. A habilidade só é desenvolvida se for criado isolado de outros pássaros e muito bem treinado.
Por tudo isso, o lóris é destaque nos concorridos mercados de animais de estimação da Europa e dos Estados Unidos, embora ainda não seja tão comum por aqui. O cuidado simples e a procriação fácil, porém, tendem a atrair cada vez mais criadores e potenciais compradores. O clima brasileiro e a disponibilidade de alimentos no mercado nacional também são fatores que favorecem a criação. Pouco exigente em relação à temperatura, o lóris se dá bem até no Rio Grande do Sul, mas é mais produtivo em regiões quentes.
Frutas e néctar das flores são seus alimentos diários no hábitat natural. Devido à textura aquosa do que come e à maneira peculiar de expelir seus dejetos, com espirros que alcançam 30 centímetros de distância, o lóris requer atenção especial à higiene do ambiente. Uma das principais dicas é contar com gaiolas amplas. Já a limpeza da ave fica por conta dela mesma, que gosta de se banhar regularmente.
RAIO X
CRIAÇÃO MÍNIMA: pode-se começar com apenas um casal, mas, para aproveitar mão de obra e infraestrutura, recomenda-se de seis a dez casais
CUSTO: um exemplar custa a partir de R$ 1.800
RETORNO: as vendas podem começar a partir do primeiro filhote
REPRODUÇÃO: dois ovos a cada ninhada
MÃOS À OBRA
INÍCIO - verifique a origem da ave antes de comprá-la. Por ser uma espécie exótica, o lóris só pode ser comercializado com autorização do Ibama. Na nota fiscal da loja devem constar dados do vendedor e comprador, variedade da ave, marcação da anilha e número do registro no órgão.
VARIEDADES - são muitas, e de cores bem diversificadas. No Brasil, há seguramente mais de uma dúzia de variações, como lóris arco-íris, bornéu, goldie, estriado de azul, estriado de amarelo, castanho e negro.
GAIOLA - um casal vive bem em uma gaiola com dimensões de, no mínimo, 1,20 x 0,60 x 0,60 metro. Dentro, coloque poleiros e um ninho de madeira de 40 x 20 x 20 centímetros, que pode ser encontrado no varejo. Faça furos na base do ninho para escoar as fezes líquidas dos filhotes e evitar que eles sofram hipotermia com o acúmulo do material.
AMBIENTE - a gaiola deve ser instalada em local onde receba sol de manhã e deve ser protegida com tela de arame, para impedir a fuga da ave e entrada de outros pássaros ou roedores. Como o lóris é originário de regiões quentes, a espécie não tolera temperaturas abaixo de 5 graus célcius. Evite ambientes com excesso de umidade ou muito secos (abaixo de 30% de umidade), o que leva a diminuir a eclosão de ovos.
ACESSÓRIOS - é indicado comprar um comedouro pequeno para colocar a refeição pastosa que o lóris gosta de comer. A ave está sempre pronta para se banhar; assim, ofereça um recipiente com água para utilizar como se fosse uma banheira. Mas deixe-o na gaiola apenas um período do dia, pois o lóris pode exagerar no banho e contrair doenças respiratórias. À parte, disponibilize um bebedouro. É importante fornecer brinquedos especiais, como sinos, balanços, correntes e cordas, para as brincadeiras do dia a dia.
CUIDADOS - As fezes moles do lóris exigem cuidados especiais com as instalações. Se a gaiola estiver próxima a paredes, cubra as laterais com um tecido plástico ou papel absorvente. Forre o chão com o mesmo material. Caso a ave aceite, tente oferecer papinhas de frutas mais grossas, com menos água, mas jamais substitua a alimentação apenas por sementes e grãos, com o objetivo de tornar os dejetos mais sólidos.
Em criatórios de grande porte, as gaiolas podem ser do tipo suspensa e sem bandejas, o que facilita o manejo e a limpeza. É fundamental trocar a água, limpar os poleiros, o comedouro e a gaiola diariamente.
ALIMENTAÇÃO - o lóris é dotado de língua comprida e com ponta rugosa para, na natureza, se alimentar de pólen e néctar de flores. Em criatórios domésticos, entretanto, a ave deve comer papa de frutas. Há disponíveis em lojas especializadas diversas marcas de papinhas em pó, que só precisam ser misturadas com água. Troque a alimentação duas vezes por dia para não azedá-la, sobretudo nos dias mais quentes.
REPRODUÇÃO - a partir de dois anos de idade, as fêmeas já podem procriar. Os machos levam três anos para iniciar o período de reprodução, que pode durar até 40 anos. A cada ninhada, a maioria dos casais de lóris bota dois ovos, que são logo levados para incubação artificial em chocadeiras, liberando as aves para a possibilidade de uma nova postura. A incubação é completada entre 23 e 26 dias, mas com cerca de 10 dias é colocada a anilha de identificação de registro no Ibama.

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